quarta-feira, 1 de julho de 2009

Berlino

Fomos a Berlim. Eu, André, Christian. Portugal, Brasil, Itália. 6 dias aos bocados. 4 dias completos. 4 noites de hostel e uma numa sofá.

Finalmente consegui ir a Berlim. Depois de várias tentativas, de falhas de bilhetes e soluções que teimavam em não dar certo, conseguimos. Acabámos por ir só os 3, mas fomos óptima companhia uns para os outros, tivemos o mesmo ritmo de viagem.

Com calma. Acordar cedo, passear, tirar fotos, conversar, sentar em parques e jardins, comer barato mas bem. Tranquilos. Sem stress.

Já chegámos tarde, ao hostel por volta da meia-noite, calhou-nos o quarto da Czech Republic a partilhar com mais outras 5 pessoas, em beliches. Os rapazes partilharam um beliche, eu escolhi o que ainda não tinha ninguém.

O primeiro dia foi de turistas. Fomos ao centro, vimos todos os monumentos essenciais. Comemos schnitzel para começar bem a viagem também gastronómica. Passeámos nos parques, subimos a torres, tirámos fotografias. E criámos a tradição da sesta antes do jantar. À noite, o Tino veio ter connosco e levou-nos a um barzinho num barco, à beira rio (Spree), com boa música e bom ambiente.

No dia seguinte, enfrentámos a fila do Parlamento, subimos, fingimos que não chovia. Fomos ao Checkpoint Charlie, descobrimos um bocado de muro, que nos desiludiu e entendemos só depois que havia melhor que aquilo. Seguimos até à melhor praça de Berlim, segundo o guia, que nos fez concluir que a noção de praça, para os alemães, é um bocado discutível. Passámos na minha igreja preferida.

Fomos em busca do Castelo de Charlottenburg e acabámos em Spandau, do outro lado da cidade., onde não havia castelo nenhum. Felizmente tinhamos a Zitadelle lá à nossa espera para conhecermos. A noite demonstrou-se demasiado preguiçosa, as dores de costas não me deixavam em paz e acabei por dormir 12 horas e acordar cheia de energia.

Os rapazes adoptaram a minha mala durante os dias seguintes. Acordámos com a notícia que o Michael Jackson tinha morrido (obrigada, Né!) e fomos descobrir o verdadeiro muro com mais de 1km intacto. Intacto, como quem diz, porque tinha imensas coisas escritas por cima dos murais pintados no início dos anos 90, quando o muro caiu. Estão, agora, a restaurar esses murais feitos por artistas de todo o mundo e, coincidência das coincidências, estava lá a artista portuguesa a refazer o seu.

Fomos de novo em busca ao Castelo e nem desta vez acertámos à primeira. Entrámos no primeiro edifício que parecia um castelo, perguntámos se se podia visitar. O senhor da recepção olhou-nos com ar desconfiado, entre duas dentadas na sua sandes, e apontou-nos para um papel que dizia Município. Nós nem assim desistimos e passeámo-nos por este edifício deserto.

Continuámos até ao fim da grande avenida Spandauer. E lá, no fundo, nos esperava finalmente o Castelo, que de castelo tinha pouco. Tinha era um belo parque e acabámos sentados a conversar em frente ao lago. E depois fomos até à magnífica Estátua da Armata Rossa.

A noite demonstrou-se mais animada. Éramos 5. O Tino veio juntar-se a nós e a Valentina (italiana) amiga dos rapazes também. Saltámos de bar em bar no bairro do nosso hotel e já adormecemos com o dia a nascer.

A manhã começou cedo, com o check-out previsto. Eu acordo sem carteira. Decido ir tomar banho e volto para o quarto para enfrentar o que isso implica: perda de cartões, de tralhas. Pior: perda do bilhete de identidade do André, que me tinha dado para guardar. Os rapazes estavam tranquilos, decidimos ir ao último bar onde eu tinha pago a rodada e lá tinha eu a carteira à minha espera, sem os 5€ que eu lá tinha dentro.

Decidimos ir celebrar com um brunch inesperado. E seguimos para o Campo de Concentração, a mais de 1 hora de distância, onde ficámos mais de 2 horas a visitar os museus, as prisões, as barracas onde viviam, as absurdidades que lhes faziam, onde os queimavam. Depois de tanta informação e imaginação a trabalhar, fomos para a outra ponta da cidade, simplesmente para ver como eram os prédios no núcleo de Berlim-Este. Ficámos desiludidos, comemos finalmente o currywurst e fizemos amizades com os alemães lá do sítio.

Passeámos pelo centro à noite. Vimos a melhor (!) exibição de Tecnonik frustado. Vimos um OVNI e uma parada de travestis. Voltámos para o hostel onde tinhamos as malas e adormeci num sofá até às 6h da manhã, hora de ir para o aeroporto.

O voo atrasou. Mas ao fim da tarde cheguei a Bologna pronta para recomeçar a minha vida italiana.

2 comentários:

Margarida disse...

Que saudades da Europa! Das cidades, dos castelos, dos monumentos, do frio... Que boas viagens Marta ;)

Filipa (Pisa) disse...

A Inês tb me mandou essa msg do Michael Jackson ahah!

Beijinhos