terça-feira, 1 de setembro de 2009

Um.

Há um ano tornei-me Bologna.
E agora serei Bologna para sempre.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

De volta.

Chegar não é estar de volta.

Estar de volta é sentir-me em casa onde quer que esteja, sentir-me eu em todos os meus lugares, que são meus aqui.

Às vezes é preciso mudar o quarto, encher sacos e sacos de coisas inúteis e roupas que já não fazem sentido e pô-las porta fora.

Voltar é reconhecer o meu espaço e o meu lugar. O que quero e o que não me apetece. É sair para sítios diferentes, ter conversas mais aprofundadas e amigos que me procuram. É saber quem importa e a quem importo.

Voltar é estar de braços mais que abertos para o futuro incerto. É ir a entrevistas entuasiasmada, candidatar-me a Mestrados inteligentes, ter várias opções em aberto, criar mais contactos, dar-me a conhecer noutro campo.

É ter férias curtas, mas não fazer mal. Viajar para sítios diferentes, reencontrar verdadeiros amigos de Erasmus que vêm visitar já, agora. Voltar é ter vontade de projectos e de coisas diferentes possíveis.

Voltar é encontrar-me aqui. É mais fácil do que parece. Porque voltar é continuar a ser eu, mas aqui, com tudo o que trouxe de lá. Não é difícil, é só ser.

voltei. De verdade.

Agora estou cá e sou de cá.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Regresso

Já de volta.

Um último dia a fazer malas, a ir comer gelados de despedida, a tentar fugir do calor. Um último dia de despedida do Giardini, de aperitivo falhado do outro lado da cidade, de encontros e adeus na Piazza Verdi, um último adeus a Sto Stefano, com despedidas incluídas, claro.

À 1h da manhã a confirmação da menina que vai ocupar o meu quarto. Poucas horas depois de eu o abandonar.

Companhia até casa. O sono que me queria adormecer para que eu não percebesse bem. Mas eu tinha de perceber, tinha de ouvir os degraus e a bicicleta a ir embora, a atravessar a cidade com outros rumos que não os meus.

O meu quarto estava frio, branco, parecia um hospital. Escrevi e adormeci rápido.

De manhã, a Giada choramingou, a Marta chegou, café no Pino, malas prontas. O C3 do Andrea que nos esperava, os ragazzi de casa despediram-se carinhosos. O pobre C3 com mais de 100 kgs de bagagem e 4 pessoas em direcção ao aeroporto.

A TAP que é amiga. As despedidas, a guitarra na classe executiva. O voo atribulado, dentro e fora.

Chegámos. Fomos recebidas.

E a vida aqui recomeçou.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

tic-tac

Sente-se o tic-tac, penso quantos dias e quantos meios dias faltam. Ainda não tenho coragem para desmontar o meu quarto, as minhas paredes, o meu armário. Quanto arrumo qualquer coisa, é assim muito rápido, de fugida, para nem pensar nisso.

Sente-se o tic-tac, porque os dias já são diferentes, as pessoas vão-se reduzindo e o aperto no peito já se sente.

Está sol, calor, há almoços e jantares. A mala pode ficar para depois.

Porque o depois não se esquece. O tic-tac não deixa.

domingo, 12 de julho de 2009

As meninas que vieram e o Konrad que foi

A Rute e a Maria Joana vieram fazer-nos uma visita, um miminho, uma busca à estação às 2.24 da manhã com vozes em alemão, depois de um dos melhores concertos de Bologna e saudades antes do tempo. A conversa para pôr em dia prolongou-se até de madrugada, passeios, Montagnola, uma sesta, uma boa notícia do James, uma cerveja para celebrar.
Uma dança à chuva, no centro do centro de Bologna, as pessoas no autocarro olhavam para nós, 1 bicicleta, 3 parvos, à roda à roda à roda. Muita chuva, ter de correr para casa, porque emprestei a bicicleta. Entretanto chegou a Maria Joana, não veio a pedalar, mas demorou tanto que parece que veio. Pindéria, o perfume, o futuro que se calhar me mudou. Mas isso foi depois.

O último jantar em casa do Konrad. A cumplicidade que se criou na última semana, porque os últimos dias apertam o coração e pensar que são derradeiros faz querer que se aproveitem melhor. Últimos dias a aproveitar, sim, com cafés, conversas, abraços, lullabies, La Le Lu. A ajuda a cozinhar, as meninas na varanda a conversar, o James a arriscar, a cozinha a sujar-se, as cebolas a fazerem-me chorar. As fotos espontâneas! Finalmente pronto.

Os vinhos intragáveis, todos os 2 ou 3. O cansaço, a conversa. A cozinha por limpar, limpa, parti uma panela. O crepe delicioso com riso soffiato, o caminho da despedida, so small so small, a marcha da música das meninas em roupa interior e adesso con la sinistra, anche tu sei mancina dovrebbe essere più facile. Vamos até ali, só mais ali, o abraço prolongado, a ideia do rapto mutuamente intencional e o caminho para casa a contar a vida.

O quarto das meninas cheio de outras meninas, as más notícias do affito, a manhã a colar anúncios e o passeio a 5, meninas, Osteria, que bom que bom. A Rute foi embora, fomos comer um gelado, escapámos para casa, conversas sobre o futuro, mudança de planos.

A Marta ligou. Concerto do Piero na Piazza Verdi, já chegámos tarde, correr para a birra, correr para a Pizza Casa, sempre na Piazza, os amigos todos, todos os que ainda estão. Noite sem fim, MJoana sempre, mais uma, mais uma pequenina. A parvoíce que começou, os ténis trocados, o Vicolo e o jogo do galo, a corrida à Buorgonovo e o fim da noite na Piazza. Noite boa, tão boa.

Hoje faltam 2 dias e meio de vida.

sábado, 11 de julho de 2009


Dos que se foram embora...

Se eu pudesse pôr o Konrad, o David e a Emma num contentor de madeira e enviá-los para pertinho de mim, ficava bastante feliz.

terça-feira, 7 de julho de 2009

A invasão dos gafanhotos

A minha salinha tinha mais um habitante. Para além do Nuno, instalou-se um gafanhoto em cima da mesa, tranquilo, não se mexia, deixámo-lo estar na sua paz e sossego (e especialmente porque ninguém tinha coragem para pegar nele).

Uma destas noites, cheguei a casa cansada, pronta para ir dormir. Acendi a luz do quarto e vi o bicharoco a saltar da janela para cima da minha cama. Tentei expulsá-lo, a minha cama é minha e só minha, não a queria partilhar. Mas o raio do gafanhoto não saía, sentia-se na passadeira vermelha quando a Marta lhe mandou um foco de luz. Não havia nada a fazer.

Notei numas bolinhas pretas no edredon. Pensei "o raio do bicho fez cocó!". Deixei estar para resolver no dia seguinte e fui dormir para a cama da Kalen.

De manhã resolvi ir enfrentar a invasão. Pus o edredon para lavar. Saiu da máquina igual, com os mesmos pãozinhos pretos enfiados no tecido. Não percebia o que era, tive de tirá-los um a um, eram duros, nojentos.

Mais umas voltas na Internet e percebi: eram ovos!

A gafanhota confundiu o meu edredon com um terreno arenoso quente e húmido e decidiu deixar as suas futuras gerações a meu cargo.

Hoje dormi com medo que ela viesse controlar os seus rebentos, mas parece-me que os abandonou de vez.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

know how

Como entreter 3 rapazes durante 3 horas?

Dar-lhes um sofá, um computador com episódios de South Park e 3 pizzas.

:)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Despedidas

O meu dia de partida começa a aproximar-se e o de alguns dos meus amigos chega mais cedo. Uns são amigos a sério, de coração, de amizade verdadeira, de companheirismo supremo. Alguns não são amigos, são conhecidos, imagens de Bologna, pessoas com quem saio de vez em quando no meio das pessoas a quem me partilho. São companhias, ainda que não essenciais.

É o caso da Megan que iniciou o mês de Junho com a sua última noite na Piazza Sto Stefano. Engraçado, mas dizer adeus acaba por atrair mais gente e por criar rodas enormes de gente conhecida, de guitarras que só param quando a polícia vem dizer que já chega.


A meio do mês, foi a Carolyn embora. Uma presença bem presente, para o bem e para o mal, durante todo o ano. Sussurrou-me coisas agradáveis de se ouvir aquando do último abraço, concluímos que nos entendíamos e eu senti-me contente por me ter esforçado por ela.


Há uns dias foi a vez do David. O David veio para cá só em Janeiro e só a meio de Maio é que o conheci. Devagarinho, com idas e retornos, acabámos por ficar grandes amigos, por ser a companhia até casa e de conversas à porta até o sino da igreja tocar. Deixou-me a sua Maggie, um desafio e estranhamente já saudades.

A Kalen foi embora hoje. O primeiro sinal de desmembramento da nossa família cá de casa. Uma amiga, companhia de todos os dias, de madrugadas e de manhãs tardias, de conversas, de fraternidades. Custa vê-la partir, mas as cabras que vai mugir merecem o seu amor à Natureza. Eu já me sinto sortuda por a ter tido todo este ano mesmo aqui, a 5 passos do meu quarto. Ci abbiamo!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Berlino

Fomos a Berlim. Eu, André, Christian. Portugal, Brasil, Itália. 6 dias aos bocados. 4 dias completos. 4 noites de hostel e uma numa sofá.

Finalmente consegui ir a Berlim. Depois de várias tentativas, de falhas de bilhetes e soluções que teimavam em não dar certo, conseguimos. Acabámos por ir só os 3, mas fomos óptima companhia uns para os outros, tivemos o mesmo ritmo de viagem.

Com calma. Acordar cedo, passear, tirar fotos, conversar, sentar em parques e jardins, comer barato mas bem. Tranquilos. Sem stress.

Já chegámos tarde, ao hostel por volta da meia-noite, calhou-nos o quarto da Czech Republic a partilhar com mais outras 5 pessoas, em beliches. Os rapazes partilharam um beliche, eu escolhi o que ainda não tinha ninguém.

O primeiro dia foi de turistas. Fomos ao centro, vimos todos os monumentos essenciais. Comemos schnitzel para começar bem a viagem também gastronómica. Passeámos nos parques, subimos a torres, tirámos fotografias. E criámos a tradição da sesta antes do jantar. À noite, o Tino veio ter connosco e levou-nos a um barzinho num barco, à beira rio (Spree), com boa música e bom ambiente.

No dia seguinte, enfrentámos a fila do Parlamento, subimos, fingimos que não chovia. Fomos ao Checkpoint Charlie, descobrimos um bocado de muro, que nos desiludiu e entendemos só depois que havia melhor que aquilo. Seguimos até à melhor praça de Berlim, segundo o guia, que nos fez concluir que a noção de praça, para os alemães, é um bocado discutível. Passámos na minha igreja preferida.

Fomos em busca do Castelo de Charlottenburg e acabámos em Spandau, do outro lado da cidade., onde não havia castelo nenhum. Felizmente tinhamos a Zitadelle lá à nossa espera para conhecermos. A noite demonstrou-se demasiado preguiçosa, as dores de costas não me deixavam em paz e acabei por dormir 12 horas e acordar cheia de energia.

Os rapazes adoptaram a minha mala durante os dias seguintes. Acordámos com a notícia que o Michael Jackson tinha morrido (obrigada, Né!) e fomos descobrir o verdadeiro muro com mais de 1km intacto. Intacto, como quem diz, porque tinha imensas coisas escritas por cima dos murais pintados no início dos anos 90, quando o muro caiu. Estão, agora, a restaurar esses murais feitos por artistas de todo o mundo e, coincidência das coincidências, estava lá a artista portuguesa a refazer o seu.

Fomos de novo em busca ao Castelo e nem desta vez acertámos à primeira. Entrámos no primeiro edifício que parecia um castelo, perguntámos se se podia visitar. O senhor da recepção olhou-nos com ar desconfiado, entre duas dentadas na sua sandes, e apontou-nos para um papel que dizia Município. Nós nem assim desistimos e passeámo-nos por este edifício deserto.

Continuámos até ao fim da grande avenida Spandauer. E lá, no fundo, nos esperava finalmente o Castelo, que de castelo tinha pouco. Tinha era um belo parque e acabámos sentados a conversar em frente ao lago. E depois fomos até à magnífica Estátua da Armata Rossa.

A noite demonstrou-se mais animada. Éramos 5. O Tino veio juntar-se a nós e a Valentina (italiana) amiga dos rapazes também. Saltámos de bar em bar no bairro do nosso hotel e já adormecemos com o dia a nascer.

A manhã começou cedo, com o check-out previsto. Eu acordo sem carteira. Decido ir tomar banho e volto para o quarto para enfrentar o que isso implica: perda de cartões, de tralhas. Pior: perda do bilhete de identidade do André, que me tinha dado para guardar. Os rapazes estavam tranquilos, decidimos ir ao último bar onde eu tinha pago a rodada e lá tinha eu a carteira à minha espera, sem os 5€ que eu lá tinha dentro.

Decidimos ir celebrar com um brunch inesperado. E seguimos para o Campo de Concentração, a mais de 1 hora de distância, onde ficámos mais de 2 horas a visitar os museus, as prisões, as barracas onde viviam, as absurdidades que lhes faziam, onde os queimavam. Depois de tanta informação e imaginação a trabalhar, fomos para a outra ponta da cidade, simplesmente para ver como eram os prédios no núcleo de Berlim-Este. Ficámos desiludidos, comemos finalmente o currywurst e fizemos amizades com os alemães lá do sítio.

Passeámos pelo centro à noite. Vimos a melhor (!) exibição de Tecnonik frustado. Vimos um OVNI e uma parada de travestis. Voltámos para o hostel onde tinhamos as malas e adormeci num sofá até às 6h da manhã, hora de ir para o aeroporto.

O voo atrasou. Mas ao fim da tarde cheguei a Bologna pronta para recomeçar a minha vida italiana.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

domingo, 21 de junho de 2009

Par Tòt Parata 2009

Ontem foi dia de Par Tòt. A cidade acordou (tarde), mas cheia de energia, música e fatos estrambólicos para atravessar a cidade e acabar numa grande festa.

Par Tòt significa "Per tutti" (para todos) em bolonhês. E estavam todos. A cidade toda. Jovens, velhos e crianças. Mascarados, normais, pintados na cara ou no corpo todo. Música de várias regiões e música universal. Dança, todos juntos a dançar.


(Ampliar a foto que vale a pena.)

Foi fácil demais perdermo-nos uns dos outros, difícil encontrarmo-nos sem ser por acaso. A parada demorou horas de uma ponta à outra de Bologna e todos a acompanhavam, todos dançavam e riam.

A noite acabou com um concerto de ska (aquilo era ska, não era?), com muitos saltos e encontrões.
A noite passou-se com portugueses, americanos, italianos e alemães. E passou-se muito bem:)

Oxalá houvesse festa assim todos os dias!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Parece que...

... acabei o curso !!

Se a Lucília fizer tudo bem com as equivalências, se estiver tudo certinho, acabei o curso.

E é um bocadinho assustador.

Ontem fiz o meu último exame. Oral. Fui logo a primeira a ser chamada, felizmente não tive de ficar 5 ou 6 horas à espera como normal. Numa sala cheia de gente, lá fui lá para a frente ser interrogada. Durante 20/25 minutos falei de tudo o que me perguntou, respondi a tudo o que ela queria, estava descontraída, confiante.

Tive 30! E tive o dobro dos créditos que estava à espera!

Ou seja, já não preciso fazer mais cadeiras.

Acabei o curso. Acabei o curso!!

O dia continuou normal. Almoço em casa. Gelado com o André e o Bruno. Comprar uma mega-pistola de água e ir para o terraço do Konrad fazer guerrinha. Adormecer ao fresquinho. Aperitivo inicial de M's com belas morangoskas. Birra grátis. Muita gente.

Cocktail grilo-pirilampo mágico no Kubrik:) Irish! Tanta gente, a noite não tinha fim! Buscar a bici e chegar ao Chalet. Pelo caminho encontrar o Farmácias que nos deu mais um CD dele que faz homenagem aos Erasmus (perguntou por vocês.) Dançar até às 3h da manhã com a Giada, o Konrad, o Manuel, o John e o Pedro-Garcia-Terça-feira-à-Noite e com os amigos que surgiam. Mas especialmente com a Giada:)

E hoje acordei e senti que não tinha nada para fazer. Quando na verdade tenho tudo por onde escolher! :)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

true friends :)

Estes são os meus amigos. E eu gosto mesmo deles :)

sábado, 13 de junho de 2009

booked.

Voo de volta (ou de partida?) comprado.

15 de Julho.

Falta um mês !

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Affitasi

Já pus anúncios para alugar o meu quarto.
E é tão triste.
Não o quero dar, nem vender, nem nada a ninguém!

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quarta-feira, 10 de junho de 2009

respirar a boa vida

Uma surpresa para a Marta, a cara de espanto, o timing, mas o início de um novo fim-de-semana, de uma nova semana. De novos dias. Sempre uns a seguir aos outros.

Aperitivo no Transilvania. Checked.

Cheguei à fase de percorrer os ainda objectivos nesta minha cidade. E quando vêm visitas, às vezes é uma boa desculpa para ir a lugares não-comuns.



Mas bons dias que são bons dias, têm as suas paragens no Giardini, têm leituras de livros que não sejam para a faculdade, têm jantares. Sempre jantares, porque é a comer que as pessoas convivem. É nos terraços e à volta das mesas, é de copo na mão e de estômago a encher. É um bom culto mediterrâneo, é para preservar.


Fiz o meu primeiro frango no forno. Aliás, dois frangos no forno. Inteiros. O James convidou para jantar, mas foram as M's na cozinha que puseram o jantar de pé. A Martinha de volta do pão de alho e da sua especialidade de cogumelos. Eu em torno do frango e do risotto de beringelas.

O arroz fica sempre bom. O frango deu luta a preparar, porque tínhamos de lhes abrir as pernas, cortar os cordões, fugir dos espirros e do nojo que é a carne crua. Misturar o Frango à moda da Avó da Marta, com os nossos toques de vinho branco e piri-piri às vezes não corre assim tão bem. E o sal acabou por ser um problema. Um excesso. Mas quando não vinham as pedras de sal à boca, estava maravilhoso.

O James insistia na sua lata de 5 litros, então lá tivemos de a abrir. A noite acabou em discussões entre portugueses, espanhóis e italianos sobre o regionalismo, o Papa, o Berlusconi e outras coisas que tais. (O que seria melhor para a Itália? Matar o Papa ou o Berlusconi?)

Entretanto, no Domingo, a Martinha foi dançar e nós fomos ver :) E gostámos! Apesar de haver gente a apanhar autocarros no sentido contrário ou babysitting's demasiado prolongados. No final, a fome aterrorizava-nos mas uma trattoria lá nos safou. O SodaPops oferecia Karaoke e a Piazza Sto Stefano convívio e notícias de Lisboa.

A semana começou bem com o Konrad a vir cá a casa cozinhar-me kaiserschmarrn e a vermos um filme parvo, seguido de conversa até o sono vencer.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Thiago

Ontem foi dia de despedida do Thiago, que foi embora hoje, depois de um almoço a 11 na Osteria dell'Orsa, onde a fome nos estava a aniquilar a todos aos bocadinhos e onde foram simpáticos ao ponto de dizer "isto não é restaurante onde vir com grupos de 10 pessoas". Enfim.

Mas ontem, depois de um aperitivo no lugar da má-comida (que leva muita gente a passar pelo McDonald's depois para colmatar a fome que fica), passámos nos Spritz, porque as Martas tinham saudades, fomos aos Paquis e seguimos para o terraço de casa dos brasucas.

Com mantinhas no chão, pés descalços, idas fingidas a casa para guardar as caricas (o melhor da noite, M!), apesar de estar ventando um bocadinho, estava-se bem. Conversas, parvoíces.

Deu para fugidelas ao computador a ver se a Ryanair me dava boas notícias, depois do azar do dia. Estava a marcar viagem a 3 para Berlim, 15€ ida e volta, e pumba!, depois da primeira compra, os preços subiram para 80€ e só temos um bilhete. Mas há esperança, há sempre esperança.

Entretanto o nosso Thiago já vai a caminho e deixa saudades, mas deixa também promessas de encontro no próximo ano. É o primeiro elemento que cá esteve durante os meus 10 meses que vai embora.

E faz entender como tudo isto é assustadoramente efémero.

Apesar de telefonemas para terras lusitanas, para dois carros diferentes em andamento, me fazerem ter certezas que há muita coisa que fica. :)

Pré-Pós-Exame

É sabido que quando tenho exames, a minha capacidade social reduz-se a níveis quase nulos. Por saber isso, tenho dias em que decido contrariar as minhas incapacidades e ir conviver. E faço-o com um certo extremismo, porque combino coisas com muita gente.

Foi o que se passou há uns dias. Depois de demasiado tempo fechada em casa a ler livros-treta e a ter maratonas de filmes para o exame de Analisi di Film, fui encontrar-me com o Marco e o Andrea, bebemos qualquer coisa na Bologna vazia de fim-de-semana prolongado e jantámos o tradicional esparguete à bolonhesa em casa do Andrea.

Fui depois ter com os brasileiros e acabámos a comer um gelado na 1ª Gianni de Bologna, onde um Filipe brasileiro faz gelados todas as madrugadas.

Obrigaram-me a vencer o cansaço e ainda fui ter com uns americanos ao Irish, conversa rápida e companhia até casa até ser hora de ir descansar.


Tem graça como agrupo as pessoas por nacionalidades. "Vou ali ter com os italianos."."Hoje janto com os brasileiros." "Encontrei os americanos." "Não sei nada dos portugueses." É verdade que as pessoas andam um bocado segregadas por países de origem, mas muitas vezes vou ter com um italiano em concreto, que tem um nome que as pessoas já conhecem, ou com um americano em concreto ou com um brasileiro. Só o Konrad é que foge dos seus encontros com os alemães, pelo menos que eu presencie.

Entretanto lá fiz o exame que não correu bem, porque a Professora fez questão de me perguntar coisas sobre os únicos 2 ou 3 filmes da lista que eu não tinha visto ou analisado. O Psycho, porque é que não perguntou nada do Psycho, que eu sabia tão bem? Mas foi simpática, a meio do exame falou dos seus passeios por Portugal e está passado. "Menos um!!", como diz a Mãe.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Desejos

Apetece-me Cerelac. E pão com chouriço saído do forno.