terça-feira, 25 de novembro de 2008

Diospiros


Uma caixa com 4 diospiros a 0,99€ dá para matar as saudades da infância.

domingo, 23 de novembro de 2008

Bacalhau

Faz um frio doloroso em Bologna. Já chegamos ao 1ºC à noite e custa. Como típico fim-de-semana que é, nem saí de casa. Sabe bem passar os dias enrolada na minha manta. Com tanta coisa going on, acabo por não estar assim tanto tempo em casa e depois fico sempre com pena, porque os meus coquilini são um espectáculo. São mesmo meus amigos, falo-lhes mesmo das minhas coisas, sabe bem...

Entretanto, na 6ª feira tivemos uma bela festa com bacalhaaaaau!! Éramos uns quantos portugueses, uns quantos tabuleiros de bacalhau com natas, 1 casa italiana, 2 italianos (de uma organização de Erasmus, que gostam muito de nós), 1 fonte de vinho!, boas conversas, rimos muito. Entretanto era noite electrónica e estava mesmo no espírito certo, soube bem, apesar de ter perdido o telemóvel de novo, mas como foi por pura estupidez minha, nem me chateei.

Os americanos que estavam cá em casa há mais de uma semana, e que vieram para ficar só 2 dias, foram hoje finalmente embora. Eram muito simpáticos, mesmo, só que 10 dias com hóspedes cansa. Até porque no fim-de-semana chegou também um amigo do Andrea, um pianista maravilhoso que vai fazer audições amanhã para o Scala de Milão.

A Mia há-de chegar entretanto, quando der sinais de vida. E mais tarde vem também a Inês e a Teresa Rato.

P.S.: A sério, está mesmo frio!

Desencontros

Erasmus é intenso. É cada segundo que passa, cada momento que importa. É viver a 200%, todos os instantes valerem, todas as banalidades perderem o seu carácter fútil. Erasmus é tudo, sempre, a toda a hora sem parar. Interessa o café, interessa a sesta, interessa o almoço, interessa o dia de limpar a cozinha. Interessam as pessoas. Criam-se encontros. Acontecem. Assim, por acaso.

Por vezes digo que Erasmus é um Big Brother com liberdade. É sempre a existir a ser a dar a sentir a mudar a não planear. Toda essa intensidade cria furacões, cria ligações, cria desesperos, cria calmaria. Tudo acontece sem parar.

O importante é não perder nunca o rumo. É não deixar perder-se na alucinação. É fácil, é um desafio, não é difícil ser-se bom. Há quem se perca, quem se desoriente, quem deixe de existir, quem se transforme, quem desapareça.

Mas não é difícil manter valores, manter o respeito, manter o ser.

Não é. Não é! Mesmo. E ainda bem para mim. Que o sei.

domingo, 16 de novembro de 2008

Libaneses

Ontem fomos para a Arteria, a seguir a uma festa em casa dos portugueses cheia cheia de estrangeiros, e pelo caminho apareceram 3 libaneses.

Ricos. Muito ricos.

Pagaram a entrada a umas 6 pessoas.

Sacaram de várias notas de 100€ e compravam gelo, garrafas de vodka, sumo, Redbull, flores, tudo.

Tudo para todos.

"Que é que bebes? Nada? Toma lá 50€ e vai ali comprar mais uma garrafa e sumo"

Era assim. A coisa mais estranha. Com gorjetas de 40€ para a menina do bar, com ramos de flores a custarem 20€ e pagarem um bónus de 80€.

Chovia dinheiro !

"Temos de ir embora, o bar está a fechar." "Eu pago para ficar mais um bocado."

Assustador.

sábado, 15 de novembro de 2008

Serata Portoghese

Todas as quartas-feiras há uma serata internationale numa discoteca. Há o buffet grátis com comida típica de um determinado país (buffet esse em que 90% da comida é italiana), depois um espectáculo referente ao país e de seguida começa a discoteca no seu pior, mas acabam por ser das noites mais divertidas.

Pois bem, esta semana foi a serata portoghese !



Algumas meninas cozinharam empadão e feijoada e deram um toque real ao buffet com comida verdadeiramente típica. Quanto ao espectáculo, foi dia dos meus meninos brilharem com um mini-concerto de música portuguesa, com o Pedro e o Nuno à guitarra, e a Marta a acompanhar o Pedro a cantar. Tivemos direito a fado, a Rui Veloso, Duarte Rosado, entre outros.

Tenho orgulho:)






A pista de dança foi inaugurada com outros clássicos portugueses, como as Doce, os Xutos e outros que tais, mas depressa o DJ decidiu passar para bimbalhadas e puntz puntz demasiado comercial. Fugimos todos logo a seguir.

No entanto, foi a nossa noite e valeu pela parte genuinamente portuguesa!

Ljubljana e Trieste

O fim-de-semana passado foi tempo de outros ares. A AEGEE, que é uma organização de Erasmus de cá, organizou uma viagem até Ljubjana e Trieste e lá fomos nós.

LJUBLJANA

O número de portugueses e espanhóis suplantava todas as outras nacionalidades. No entanto, eu e a Marta decidimos fugir um pouco das nossas origens lusitanas e andámos a perder-nos entre outros nossos amigos internacionais.



Ljubljana recebeu-nos bem. Foi bom relembrar os 40 minutos que tinha passado lá no Interrail e entender que ficou bastante para ver. Não muito, já que a cidade é pequena. Passeámos, seguimos as guias turísticas. Perdemo-nos sozinhas. Ficámos no hostel mais no centro, partilhámos o quarto com duas brasileiras. Jantámos com umas espanholas, fizemos companhia ao jantar de outros tantos, saímos todos juntos para uma discoteca que fechava às 6h da manhã, coisa que não existe em Itália.


Gonzalo, eu, Marta, Eli, Aitor, Arnau, Martinha


Gonzalo, Marta espanhola, eu


Marta, eu, Alejandra, Martinha


Le 3 Marte !



Buzinavam quando atravessavamos a estrada à italiana. Falavam uma língua estranha, mas todos sabem inglês (eu é que cada vez menos, o italiano anda a tomar controlo do meu cérebro). Têm comidas muito fritas que só se comem se não se olhar com atenção. Mas foi um bom dia.

TRIESTE

Depois de uma noite curta, de um pequeno-almoço maravilhoso que nos porporcionou sandes de queijo suficientes para o resto do Erasmus, de uma bela dormida no autocarro, chegámos a Trieste. Recebeu-nos logo com o mar, ali a banhar a cidade em torno do qual se desenvolveu. Nós, portugueses, lisboetas, somos um povo marítimo e ver o mar sabe bem demais.



Passeámos novamente. Uma cidade com edifícios mais imponentes, não parece Itália, cores frias, mistura construções antigas com construções cinzentas de betão. Mas há medida que o dia ia avançando, as cores do sol concederam uma nova essência e tornou-se uma cidade mais atraente. Para além de todos estes recantos, havia também um mini-festival de chocolate que valeu por todas as amostras que pude provar !

Voltámos para Bologna e fomos recebidas pelas nossas queridas bicicletas...às quais tinham furado maldosamente os pneus!!




quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Milão

Como já tinha dito, fui passar dois dias a Milão com o Pedro, com o principal objectivo de ir ver o jogo do AC Milan - Sporting de Braga, mas claro também com uma vontade enorme de conhecer Milão pelos olhos dos Erasmus de lá, que tanto gostei de acompanhar em Bologna.

Lá fomos de comboio, parámos no Mac perto da estação com hamburgueres a 0,50€ (!) e fomos ter com o Manel e o Zé que estavam já à nossa espera.


Passeámos, passeámos. Fomos às Galerias, ao Duomo, às ruas cheias de lojas, ao centro comercial com cachecóis a mais de 150€... Entretanto apareceu a Mariana que foi, mais uma vez, a minha menina companheira com quem sabe muito bem conversar. Fartámo-nos de rir.

Fomos depois visitar a casa do Manel - vivam os chuveiros! -, onde adormeci a ouvir a D. Helena e coisas do género que eles viam no Youtube (falo da D. Helena assim com esta naturalidade, porque vemo-la tantas vezes aqui em Bologna, que é como se já fosse uma de nós!). Mas era hora de acordar.


eu no centro do mundo

Hora de ir ver o Braga:)

Tem graça ver como os rapazes se transformam a partir do momento em que entram no estádio. Tudo bem que era o estádio do Milan, que demorámos séculos a conseguir subir, especialmente depois do Manel ter demorado 10 horas a ser revistado, porque decidiu levar tudo para o jogo! O senhor até já me perguntava se ele era perigoso.

Mas lá chegámos nós - chegou um pouco depois a Mariana, para me salvar da loucura masculina e me fazer entrar na palhaçada também -, preparados para ver os Guerreiros do Minho em acção. Fizemos barulho, o Manel aprendeu os hinos do Braga num instante e parecia um deles, um dos que nos rodeava com o sotaque maravilhoso do Norte.




Mariana, eu

O Braga estava a jogar melhor. Ao último minuto, o famoso Ronaldinho marcou um golo, mesmo à nossa frente, por baixo dos nossos olhos. Até eu fiquei um pouco triste. Mas era o Ronaldinho !

Depois enfrentámos o frio e fomos aos Navigli comer um crepe óóptimo (que me faz estar ainda hoje com desejos de um crepe nocturno). Passeámos mais um bocadinho, fomos a casa do Manel buscar as mochilas e depois para casa da Mariana dormir e ser tratados da melhor forma possível.


Manel, Pedro, eu

Acordámos quase com o pequeno-almoço na cama e fomos passear mais um bocadinho. Queriamos ir todos ao lago Como, mas já era tarde e acabámos por ficar na conversa e a dar umas voltinhas. Subi ao Duomo com o Pedro e o Manel e entretanto era hora de começar a ir embora.

Despedidas despedidas. A Mariana esqueceu-se das chaves de casa e perdemos o comboio. Mas não fez mal:) Até porque apanhámos um mais barato que era mais rápido (não me perguntem como).

Milão é, afinal de contas, uma cidade bem mais bonita do que eu julgava, com semelhanças à Madrid do Miguel, não é industrial, feia e tudo isso como me fizeram acreditar que sim. Gostei bastante, na verdade, e a companhia não podia ser melhor.

A voltar:)


Shot de iogurte oferecido na rua - uma porcaria!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Estive em Milão, Liubliana e Trieste.

Actualizações em breve, assim que tiver fotos:)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Eleições americanas '08

Bologna, tal como todo o mundo, parou na expectativa dos resultados das eleições americanas. Na biblioteca da cidade - Sala Borsa - todas as televisões estavam sintonizadas na CNN para se seguir a par e passo todas as novidades em tempo real. Tendo em conta a diferença horária, as portas ficaram abertas até cerca das 3h da manhã, hora a que ainda não se tinham os resultados confirmados, no entanto, estava tudo encaminhado.

Toda esta iniciativa foi acompanhada de uma série de convidados que durante toda a noite mantiveram uma conferência activa. Entre vários, encontravam-se jornalistas, professores e especialistas, tanto italianos, tanto americanos da comunidade bolonhesa.

O número de americanos ansiosos era incontável, tantos deles com sacos-cama e almofadas, prontos para passar a noite onde quer que fosse para seguir de perto todo o desenrolar das eleições americanas. Mas prova de ser uma eleição sentida a nível mundial, também em Bologna as diversas nacionalidades se aglomeravam de fronte aos ecrãs.

As bicicletas amontoadas à frente da biblioteca a horas tardias mostravam como a afluência era grande e como Bologna é mesmo uma cidade culta e instruída (Bologna, la dotta). E com este meio de transporte tão eficaz, ecológico e económico, era permitido aos interessados irem dar um passeio e voltar sempre que quisessem dar uma espreitadela aos canais americanos.

Foi assim que fiz, também. Fui e voltei. Fui e voltei. Interessei-me, vi CNN, ouvi um pouco de uma conferência, conversei com uns americanos, observei os jornalistas. Fui dar uma volta com italianos. Vim para casa seguir na Internet, adormeci. Acordei com uma mensagem da Kalen toda feliz. Ficou até às 7h da manhã em casa de uma amiga, ansiosa, à espera dos resultados finais.

Ficou feliz. Fiquei feliz. O mundo ficou feliz :)


domingo, 2 de novembro de 2008

Manel e companhia



O Manel veio visitar-me e passar o fim-de-semana. Sabe bem ter alguém que conheço há tanto tempo por perto e sabe bem fazer com que goste da minha cidade, da qual não tinha grandes expectativas.

Sabe bem conversar e ter uma história de 17 anos para trás. Sabe bem ter uma confiança e um carinho enormes. Soube mesmo bem tê-lo cá.

A ele e aos seus amigos todos, com quem passei estes dias. Simpáticos, divertidos, conversadores, boas companhias.

Levei-os a um bar de happy hour, leveio-os à estátua do Nettuno, e ao telefone da Piazza Maggiore, levei-os às pizzas óptimas a 2,50€, levei-os à Arteria para um concerto de 3 horas de jazz grátis. Levei-os aos croissants com chocolate que abriram a horas para felicidade de mais de 20 pessoas que éramos. Dei guarida ao Manel e ao Zé cá em casa.

Fiz uma volta turística por Bologna no domingo. Fomos à Piazza Maggiore, à Basílica de S. Petrónio e subiram às torres. Fomos às 7 Igrejas de Sto. Stefano e fomos a S. Domenico. Fomos à Picola Venezia e ao Giardini Margherita, com direito a paragem para gelados e para pizzas, claro está.

Foi mesmo bom. Soube mesmo bem, apesar do pouco tempo. Consegui que se apaixonassem, também eles, pela minha cidade e pelas minhas pessoas. Até tiveram direito a ouvir o Andrea tocar um bocadinho de piano.

Quinta-feira vou a Milão retribuir a visita. É dia de jogo do Milan com o Braga e aproveito a companhia do Pedro e vamos desbravar a cidade milanesa. Apetece-me:)

Diogo e Halloween

O importante em tudo é a atitude. Não deixei que nada me deitasse abaixo e tive um óptimo final de semana.

O Diogo Jalles esteve cá. Foi um dos parceiros de Cinque Terre que voltou para nos visitar com tempo. A companhia é sempre óptima, a amizade que ficou, as conversas, a confiança. Soube mesmo bem e tive pena que se fosse embora, ainda que tenha adiado a partida por dois dias. Já fazia parte do nosso dia-a-dia, das nossas rotinas, dias e noites. Pode voltar! Deve mesmo.


Também ele alinhou na nossa vivência de Halloween. Mesmo não sendo nada típico português, todos os motivos são bons para festa e para diversão. Então decidimos todos mascarar-nos, bem como toda a Bologna. Vestidos a rigor, enfrentámos a chuva, com uma boa-disposição fantástica. No entanto, apesar do nosso bom espírito, a noite foi um falhanço - mas divertimo-nos à mesma. A festa no Giardini, para onde queríamos ir, estava demasiado cheia e já não dava para entrar. A festa seguinte para onde poderíamos ir, implicava levar bebidas, que não tínhamos, e éramos gente a mais para invadir. Decidimos ir para a Arteria, um bar com música electrónica. Pagámos 3 euros e estava mau demais.




Saímos e fomos esperar pelos croissants com chocolate que teoricamente abrem as 2h, 2h30m da manhã. Esperámos e não abriu (talvez não tenhamos esperado tempo suficiente).

Viemos para casa. Como a casa dos outros portugueses estava cheia de visitas, o Pedro e o Diogo vieram dormir cá para casa e ainda houve tempo para uns bons ataques de riso.

Foi bom.